LOSADA, Terezinha. “Artífice, Artista, Cientista, Cidadão: uma análise sobre a arte e o artista de vanguarda”. EDUFPI, Teresina, 1996.

As Vanguardas do início do século XX (vanguarda históricas) e as da década de 1960 (neovanguardas) formularam em suas obras e manifestos o interesse de romper com toda a tradição artística que a antecedeu e são apontadas na literatura como o vértice do debate sobre tradição e contemporaneidade. Analisamos as vanguardas confrontando-as com a tradição artística moderna e pré-moderna, e com sua posteridade, largamente denominada como pós-moderna.

Fundamentamos o primeiro capítulo – A arte e o papel do artista – na distinção entre ação, labor e trabalho, formulada por Hannah Arendt. Caracterizando a atividade do artista como trabalho discernimos como atributos gerais da arte: a intraduzibilidade e inutilidade intrínseca do objeto estético e sua simultânea existência como coisa e como linguagem.

No segundo capítulo – O Artífice e o artista – é caracterizamos a modernidade conjugando as formulações sobre a origem do pensamento moderno elaboradas por Hannah Arendt, às formulações de E. Gombrich sobre a origem da concepção de arte da sociedade ocidental. Segundo esses autores a transição para a modernidade, na sociedade (Arendt) e nas artes plástica (Gombrich), decorreu do abandono do “o que” são as coisas em favor de questões sobre “como” elas são. Para ambos, essa  mudança de ênfase foi promovida pelo interesse científico que instaurou a idéia de progresso na sociedade e na arte.

No terceiro capítulo – O artista e o cientista – analisamos a resistência de cada um desses parâmetros frente ao intenso experimentalismo vanguardista. Para caracterizar a índole científica das vanguardas, recorremos à distinção elaborada por Philadelpho Menezes Neto entre vanguardas sensorialistas e intelectualistas.

De modo transversal, ao longo dos capítulos e na conclusão é abordado o papel social da arte, ou seja, o artista-cidadão.